A economia global ainda patina, há sinalização da vacina com 90% de eficácia contra o coronavírus, Joe Biden ganha a Eleição Americana e o Brasil discute reformas. O ano ainda não acabou, a volatilidade promete fazer parte da bolsa de valores do mundo, mas novembro sinaliza esperança.

No Brasil, outubro acabou com a entrada de 3,2 bilhões de dólares em recursos estrangeiros, uma gota no oceano se comparado aos 82 bilhões de dólares que saíram do país durante todo o ano. O economista e assessor de investimentos da Plátano Investimentos – XP Investimentos, de São José dos Campos, Gustavo Neves, explica que isso se deu por conta do comportamento do investidor médio, que tende a ser racional e possuir uma grande aversão ao risco.

“Em crises econômicas, os ativos com maior liquidez são mais procurados, até porque de certa forma as pessoas não sabem se precisarão do dinheiro para quitar suas despesas de curto prazo. A moeda mais procurada globalmente é o dólar, daí a saída maciça de capital estrangeiro da nossa Bolsa em 2020” explicou Neves.

Historicamente os investidores estrangeiros foram responsáveis pelo desempenho da Bolsa Brasileira (B3), sendo eles os maiores catalisadores de recursos para as empresas nacionais.  Se por um lado, tivemos a maior saída de capital estrangeiro da história, por outro lado, a Bolsa Brasileira teve a maior entrada de pessoas físicas da história, 3 milhões de cpfs registrados em 2020, muitos trazidos à força pelas taxas de juros estarem na mínima histórica, por conta da inflação controlada e também devido ao processo agressivo de educação financeira, que vem sendo promovida por corretoras e bancos, fazendo com que as pessoas invistam melhor suas economias.

“Estamos no que podemos chamar de “piscina vazia”, fazendo uma alusão de que a nossa Bolsa é uma grande piscina e que antes “enchia” com os investidores estrangeiros. Estamos no menor nível de capital estrangeiro da história e a bolsa mesmo em um período de pandemia e crise econômica e com ares de esperança com relação a economia global e vacina, está hoje, no patamar dos 104 mil pontos. Lembrando que no início do ano, eram 119 mil pontos.  Isso significa que a nossa piscina está vazia, porém com uma capacidade muito maior para a volta dos estrangeiros e com possibilidades de manutenção de uma responsável política fiscal, cambial e monetária”, sinalizou o assessor de investimentos da Plátano.

A nossa taxa de câmbio está muito depreciada e o dólar deixa nossas empresas em “liquidação” para os investidores estrangeiros. A tendência racional é vermos todo esse capital que saiu no início do ano em função da aversão à risco diante de uma pandemia, voltar para o Brasil em forma de investimentos.

O resultado das eleições americanas mostrou um pouco do otimismo do mercado com a nomeação de um candidato que possui como principais metas, o investimento em setores chaves como: o do meio ambiente, tecnologia e construção. “O Brasil, juntamente com os países emergentes, tem todas as condições para fazer com que o desempenho do nosso mercado acionário aconteça mais rápido do que imaginamos”, conclui Gustavo Neves.

Fonte: Plátano Investimentos: Av. Cassiano Ricardo, 319, sala 2106. Ed. Pátio das Américas. Jardim Aquarius. (12)3322-8916.