Empresas aéreas seguem reagindo a pandemia e, com os anúncios das vacinas contra o Covid -19, aumentam a confiança no setor e também dos investidores.

A reação do setor aeroviário é gradual e se deve aos esforços das empresas em se reinventarem e aprenderem a lidar com a pandemia. A negociação com sindicatos em esquemas da lay off e redução de salários de colaboradores amenizou o impacto do desemprego. O verão no hemisfério norte, com controle de fronteiras e testagem, contribuiu para que empresas dos Estados Unidos e Europa voltassem a operar em níveis surpreendentes. A injeção de liquidez com pacotes de ajuda governamental contribuiu na fase mais crítica, como por exemplo, o governo da Itália re-estatizando a empresa Alitalia. Nos Estados Unidos, a vitória de Joe Biden deu um novo ânimo para o setor e os anúncios das produções das vacinas e o início da vacinação promoveram um estímulo maior para a manutenção da retomada.

“A retomada das empresas aéreas ainda é lenta. Mas, se comparado ao pico da crise, entre março e junho, estes pequenos passos ajudam o setor a enfrentar o momento com cabeça erguida e apostando numa recuperação adiante”, comentou Rodolfo Manfredini, economista e assessor de investimentos da Plátano Investimentos – XP Investimentos, do escritório de São José dos Campos.

No Brasil, as empresa Azul e Gol negociaram com sindicatos e com fornecedores para se manterem ativas.

A Azul anunciou em novembro um aumento de 17% na demanda de passageiros com relação a outubro. Porém, em comparação ao mesmo período do ano passado, a queda registrada foi de 30%. O impacto da pandemia refletiu também nas ações da companhia. Antes dos acontecimentos, o valor de um papel girava em torno de R$60, com perspectiva de chegar ao final do ano em R$80, de acordo com as casas de análises.  Mas o que se viu entre março e junho foi o valor ficar entre R$10 e R$15 e, nesta fase de recuperação, está na casa dos R$40.

A Gol segue confiante também. O valor da ação aos poucos se aproxima do pré – pandemia. Iniciou 2020 em R$37, em março chegou a R$5 e hoje, está na casa dos R$27.

Mesmo com o avanço da segunda onda de covid – 19 no Brasil, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, anunciou em reportagem à revista Exame, divulgada no fim de semana, que espera uma operação de fim de ano muito semelhante a de 2019.

“Realmente as viagens de lazer serão um forte aliado nos próximos meses, tanto para a Azul quanto para a Gol, que estarão mais voltadas para voos internos. Com a vacina, as pessoas ficarão mais confortáveis e a estimativa é ter uma “explosão de viagens” com a demanda reprimida. Os voos corporativos levarão um maior tempo para serem concretizados em grandes escalas. Hoje, as reuniões que acontecem por meio da tecnologia comprometem a demanda, mas não significa que futuramente as restrições às viagens a trabalho presencial não sejam revistas. O setor está dê olho nas transformações e adequações e os investidores também”, sinalizou Manfredini.

O cenário da aviação sempre foi de risco para o mercado acionário. Ao mesmo tempo sempre foi de desafio, uma vez que boa parte das empresas das companhias sofrem com a flutuação cambial e com os preços de combustível.

Fonte: Plátano Investimentos: Av. Cassiano Ricardo, 319, sala 2106. Ed. Pátio das Américas. Jardim Aquarius. (12)3322-8916.