Biden é um político profissional e em seu primeiro discurso após resultado das eleições, notou-se uma atitude mais nacionalista e desenvolvimentista, igual ao praticado pela China nas últimas décadas.
Ele falou sobre o “Green New Deal”, que serão ações para trazer investimentos e infraestrutura em energias verdes. Os americanos estão atrasados se comparados a China no que tange a investimentos em infraestrutura, fazendo com que os EUA sejam vistos como um país em decadência, com fuga de capital humano e de fábricas.
Biden apontou pró-estímulos, afirmando que enviará cheques para desempregados ou na linha de renda-mínima, que reforçará o “Buy América” e a importância dos americanos comprarem produtos nacionais. Irá incentivar a reindustrialização, o ”Reshoring”, que é trazer de volta as indústrias americanas que se instalaram na Ásia. Além de incentivar investimentos em ciência e inovação.
Essas medidas mostram que não há preocupação com déficit público, lá não existe teto de gastos. Em resumo, o governo usará as ideias que são praticadas na China, e que foram inspiradas pelos Estados Unidos na década de 30, no famoso “New Deal” de Roosevelt.
O Brasil reúne “capital verde” para realizar políticas que o coloque à frente das grandes potências, se for bem coordenado pelo governo brasileiro e por isso, deverá ser tema central em discussões com Biden. E segundo especialistas, vivemos um novo “boom” das commodities, que beneficiaria nosso país. Com toda liquidez de dinheiro injetado nos EUA e no mundo, o Brasil no mês de janeiro já acumula 18,8 bilhões de dólares em entrada de capital estrangeiro na Bolsa. Obviamente que os mercados gostarão dessas políticas de estímulos da “Era Biden” e do seu perfil pró-indústria.
Por Gustavo Neves, economista e assessor de investimentos da Plátano Investimentos