Inaugurado em 2016 o Memorial Antoninho da Rocha Marmo abriga pertences do menino, como uma estola, pala (cartão guarnecido de pano branco com que o sacerdote cobre o cálice), chave do quarto, terço, ostensório e castiçal que estavam sob os cuidados da Congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, responsável pela administração do Hospital.
Conta ainda com objetos doados por parentes de Antoninho, como um quadro de Nossa Senhora da Saúde, padroeira da Capela do Hospital, e toalhas de altar utilizadas pelo menino para celebrar missas. Também será possível ver a roupa de batismo de Antoninho, doada por um advogado de São José dos Campos; a estátua original do túmulo de Antoninho, que está enterrado no Cemitério da Consolação, em São Paulo, além da mesa e da caixa de ferramentas utilizadas na exumação do menino por ocasião da abertura do processo de canonização.
Os visitantes do Memorial também podem conhecer mais sobre a história de Antoninho por meio de painéis fotográficos, documentos históricos, documentos da abertura do processo de canonização e livros sobre o menino. Também faz parte do Memorial um filme que conta a história de Antoninho.
O Memorial foi uma doação do advogado Alfredo Camargo Penteado Neto, que é autor do Processo de Beatificação e Canonização de Antoninho da Rocha Marmo. Segundo o advogado a construção do Memorial foi a realização de um sonho. “Sempre desejei que todos conhecessem a vida de Antoninho e que ele tivesse um lugar somente dele para contar sua história e memória devocional, além do lugar onde se encontra sepultado, o cemitério da Consolação, em São Paulo”, disse o advogado que é devoto de Antoninho desde criança.
Antoninho da Rocha Marmo nasceu em São Paulo em 19 de outubro de 1918 e veio se tratar da tuberculose em São José dos Campos, que era um centro de atendimento aos doentes na época. Preocupado com a situação da crianças pobres, idealizou a construção de um Sanatório para atender crianças de todo o País.
O menino não resistiu à doença e faleceu em 21 de dezembro de 1930, aos 12 anos. Sua mãe e um grupo de benfeitores iniciaram então as obras do Sanatório confiando sua administração à Madre Maria Teresa de Jesus Eucarístico, fundadora da Congregação das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada, que também se encontra em processo de canonização, e já realizava um trabalho de assistência ao doentes de tuberculose da cidade.
Para a Irmã Sandra Maciel Notolini, superiora geral da Congregação das Pequenas Missionárias, o Hospital Antoninho da Rocha Marmo é a concretização do sonho do menino. “Ele foi um menino abençoado por Deus, uma alma caridosa, que, mesmo sofrendo com a tuberculose, pensou no bem estar de outras crianças que não tinham um lugar adequado para serem atendidas. Antoninho soube nos ensinar os valores humanos e cristãos que todos devem ter”, disse.
Inaugurado em 13 de dezembro de 1952, o Sanatório Antoninho da Rocha Marmo atendeu crianças tuberculosas até a década de 80 quando o tratamento e controle da doença tornaram-se ambulatoriais.
Atualmente, o Hospital Antoninho da Rocha Marmo está focado no atendimento na área de Maternidade, Oncologia e Cirurgia eletivas, sendo a maioria dos atendimentos realizados a pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
O processo
O processo de beatificação e canonização de Antoninho da Rocha Marmo foi acolhido pela Igreja Católica em 2007 e encontra-se atualmente em Roma, na Congregação para as Causas dos Santos.
O próximo passo do processo será a elaboração do “Positio”, um documento que reúne evidências sobre a vida, virtudes e fama de santidade do candidato a santo.
No Hospital Antoninho, as religiosas recebem com frequência relatos de curas ocorridas por intercessão do menino. Os relatos e as provas serão avaliados posteriormente pelo Vaticano.
